Colocando em xeque políticas liberais que dizem defender esta forma de governo usando poderio militar, Rancière argumenta que há uma deturpação do ideal democrático e que o atual sistema – usado, muitas vezes, como argumento contra governos totalitários -, na verdade, é guiado por uma classe dominante que não o deixa existir plenamente. Em uma análise atemporal, o autor examina as formas pelas quais justificativas a favor da democracia são usadas contra o próprio sistema, além das contrariedades dos principais países e forças capitalistas. Nações autoproclamadas democráticas querem supostamente levar o sistema para outras regiões e, para isso, invadem e obrigam esses lugares a seguir suas regras. Dessa forma, esses países “espalham a democracia” de forma violenta, enquanto vendem uma imagem democrática dentro de seu próprio território (apesar de, muitas vezes, reprimirem lutas sociais dentro dele mesmo). Rancière também fala sobre o que ele acredita ser uma obsessão pelo “individualismo democrático” presente na sociedade há décadas. Para o autor, esse conceito é parte do chamado ódio à democracia, um conceito que, segundo o autor, é tão antigo quanto a própria ideia de democracia. Ele discorre sobre a relação entre este sentimento e a racionalização da “infinitude de desejos individuais” como um sintoma do excesso do que hoje conhecemos por democracia.
Informações sobre o Livro
Título do livro : O ódio à democracia
Autor : Jacques Rancière
Idioma : Português
Editora do livro : Jinkings editores associados LTDA-EPP
Capa do livro : Mole
Ano de publicação : 2014
Quantidade de páginas : 125
Altura : 210 mm
Largura : 140 mm
Peso : 182 g
Data de publicação : 01-12-2014
Gênero do livro : Ciências Humanas e Sociais