O Delírio Filosófico do Historiador Salem Zoar

R$ 41,80 5% de desconto no PIX R$ 44,00 Em até 8x de R$ 5,50Mais formas de pagamento 1x de R$ 44,00 sem juros2x de R$ 22,00 sem juros3x de R$ 14,67 sem juros4x de R$ 11,00 sem juros5x de R$ 8,80 sem juros6x de R$ 7,33 sem juros7x de R$ 6,29 sem juros8x de R$ 5,50 sem juros

6 em estoque

Consulte o prazo estimado e valor da entrega

Não sei meu CEP
SKU: 9786586042672 Categoria:

Parcele suas Compras:

Descrição do produto e informações técnicas

Descrição

A negatividade em filosofia tem longa credencial. Negatividade é um nome chique para crítica, pessimismo, acosmismo (negação de que exista alguma ordem de sentido nas coisas ou de que exista, sim, uma perversa), enfim, para concepções que retiram de nós a esperança. A tragédia grega ática e o niilismo moderno são exemplos sofisticados.

Os gnósticos do início da era cristã, o zoroastrismo persa, mais antigo, e o maniqueísmo iraniano – uma forma de cristianismo influenciada pelo pessimismo cosmológico persa, também do início da era cristã – são formas de espiritualidade negativa. Nos três casos, quem criou o mundo foi uma divindade cruel. Agora,
temos um gnóstico entre nós, o filósofo Carlos Malferrari, o discreto.

O delírio filosófico do historiador Salem Zoar é um exemplo primoroso desse estilo distópico, que guarda semelhança significativa com as cosmogonias gnósticas pessimistas em que o mundo é criação de um demiurgo idiota, orgulhoso e incompetente. Só que nosso filósofo gnóstico paulista narra uma escatologia (o fim do universo) e não uma cosmogonia (origem do universo), de têmpera gnóstica, cujo agente é a estupidez humana. Nós somos os demiurgos. E o universo “desiste” de si mesmo por conta disso.

Importante não dar spoiler sobre o curso da narrativa de nosso “herói”, o historiador Salem Zoar. Salem, por si só, já é um nome que nos remete a Jerusalém, às bruxas de Salem ou mesmo a Matusalém – personagem bíblico famoso por viver mais do que o normal entre os homens. Zoar, claramente, nos leva à cabala e a narrativas cosmogônicas típicas dessa espiritualidade judaica antiga. Mas é o delírio, enquanto tal, que nos importa e nos atormenta.

O livro de Malferrari é uma crítica à modernidade e sua “causa pelo progresso”, que começa tornando o elétron livre um escravo na corrente elétrica. Sua intuição inicial é cosmológica e só em seguida revela seu vínculo humano. O delírio se abre com a desistência do universo por si mesmo: ele para. Suas partículas “se suicidam”. O movimento, causa profunda do universo ser o que ele é, cessa e daí as consequências que se seguem.

O que levaria ao suicídio do ser maior, o universo? Evidentemente, não vou dizer. Mas, entre tantas coisas, uma eu posso contar, para dar um gostinho da força dessa narrativa discreta acerca da vaidade moderna. Num dado momento, antes
do momento final do Ser, a humanidade atinge seu objetivo “científico” maior:
imortalidade.

Luiz Felipe Pondé

Informações sobre o Livro

Título do livro : O DELIRIO FILOSOFICO DO HISTORIADOR SALEM ZOAR – 1ªED.(2023)
Autor : Carlos Malferrari
Idioma : Português
Editora do livro : Laranja Original
Edição do livro : 1
Capa do livro : Mole
Ano de publicação : 2023
Quantidade de páginas : 192
Peso : 384 g
Gênero do livro : Literatura e ficção
Tipo de narração : Conto
Data de publicação : 24-05-2023
Altura : 30 cm
Largura : 23 cm

Quem comprou, também gostou!

Cookies: Utilizamos cookies para melhorar sua experiência no site. Atenção: não solicitamos dados de cartão de crédito em chamadas de tele atendimento e televendas. Para mais detalhes: Política de Privacidade.